sábado, 5 de fevereiro de 2011

A Medusa e o Ciborgue

Este blog se dedica a uma questão muito simples, O ciborgue é olhar da medusa sobre o homem pós-moderno.  Sob efeito de sua reconfiguração, a Górdona não mais transforma o homem em pedra mediante o seu embate direto, 'olho no olho', mas reveste as suas vítimas com epiderme metálica, cibernética! As hemácias dos seres cibernéticos são os seus fluidos e o seu corpo ereto possui nova estrutura. Em sua obra "Seis propostas para o próximo milênio", Ítalo Calvino fala tangencialmente sobre o poder de 'flutuação' que o homem conquistou ao desafiar a gravidade em saltos suaves que os protegeria de perigos. Ao pairar o olhar sobre o mundo e evocando o PESO das propriedades de seus elementos, o escritor exibe um mundo transformado em pedra, assim como a medusa teria lançado o seu olhar venenoso sobre as íris de suas vítimas curiosas. Se o Herói grego Perseu, vence a gordona com a LEVEZA de sua imagem refletida em seu escudo, o mesmo não acontece com o homem pós-moderno que, daqui para frente, o denominarei de homem pós-terráqueo.  O homem pós-terráqueo enfrenta a medusa guiado pelo desejo do confronto. Não deseja se desviar do perigo pois transformar-se em pedra está longe de ser seu castigo. A sua nova transformação será metálica e é justamente isso que ele deseja. Encarar a "medusa" é fazer produzir-se com novas propriedades cibernéticas que denunciam uma humanização das máquinas e máquinas cada vez mais humanizadas (Dona Haraway, A Antropologia do Ciborgue).